07 julho 2011

Efésios 6.5-9 - O Crente e o Trabalho

“Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre. E vós, senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com ele não há acepção de pessoas”.

Certamente podemos ser felizes em nossos trabalhos. A palavra “servos” nesse contexto se refere a escravos crentes, mas os princípios que aqui servem para todas as épocas. Provavelmente, havia em torno de 6 milhões de escravos no Império Romano naquela época, e a escravidão era legalizada e aceita normalmente. Nenhuma parte do Novo Testamento ataca ou condena a escravidão, mesmo que o evangelho tenha como ênfase geral a liberdade. O ministério apostólico não visava derrubar o governo romano; o alvo principal deles era o de pregar o evangelho e ganhar almas para Cristo. Porém, é sabido que a evangelização contribuiu para a queda do Império Romano.
Talvez uma comparação da realidade da época com a de nossos dias seria entre empregos ruins “escravidão” e empregos bons “liberdade”. Algumas pessoas hoje em dia são “escravizadas” em seus empregos por não terem melhores opções. Atualmente os melhores empregos são os home offices (executivos que trabalham em casa) ou empregados que têm altíssimos salários e plena liberdade nas empresas em que trabalham a ponto de irem para o clube da própria empresa no meio do expediente (funcionários da microsoft têm esse privilégio).
Temos nos versículos 5 a 8 importantes instruções de como empregados crentes devem se portarem diante de seus patrões, chefes ou autoridades. O crente é instruído a ser obediente aos seus superiores por várias razões. Primeiramente, porque servem a Cristo acima de tudo. O Senhor dos senhores que está no céu é o Patrão que está acima de qualquer patrão. Por causa de Cristo, “como a Cristo”, todo empregado deve respeitar seu patrão, chefe ou superior.
Quando diz: “Na sinceridade do vosso coração”, está dizendo que em todo trabalho deve haver uma total dedicação. O melhor testemunho no trabalho que se pode dar é o de cumprir bem as responsabilidades do dia. O trabalhador crente deve evitar ficar “servindo à vista”. Dizem que somente o olho do dono que engorda o porco. Ou seja, se o patrão não ficar em cima o serviço não sai. Isto não pode ser verdade para o crente, pois serve ao Senhor e o Senhor o observa o tempo todo. “Servindo à vista” é o mesmo que trabalhar com mais empenho somente na presença do chefe ou dono para causar uma boa impressão.
A segunda razão é que a realização de um bom trabalho é a vontade de Deus. Não existe uma diferença entre trabalho sacro e secular. O crente pode realizar qualquer trabalho como um serviço a Cristo que visa a glória de Deus. É por este motivo que o trabalhador deve fazer o trabalho “de coração”. Existiam alguns serviços que os escravos detestavam fazê-los, mas que eram obrigados a fazê-los de qualquer forma, e no caso do escravo crente com sinceridade de coração. Na maioria dos trabalhos nem sempre tudo é agradável de se fazer, mas precisam ser feitos de coração, pois essa é a vontade do Senhor.
O terceiro argumento é o da recompensa que vem do Senhor (v. 8). Naquela época, os escravos eram tratados como objetos. Um escravo que se convertia muitas vezes recebia um tratamento mais áspero ainda por causa da fé que possuía e mesmo assim tinha que fazer tudo da melhor maneira possível, em 1 Pedro 2.18-25 temos esse mesmo ensinamento. Temos que servir a Cristo, e não aos homens. Receberemos nossa recompensa de Cristo e não dos homens.
O versículo 9 conclui essa porção da Palavra de Deus com instruções aos patrões crentes. A fé não elimina as distinções sociais ou culturais. Quem é empregado ao se converter continua sendo empregado, e quem é patrão continua sendo patrão. A fé produz mudança na forma de trabalhar, ou seja, tudo o que fizer será coração como se estivesse fazendo para o Senhor que o salvou. Cristo nos dá uma nova motivação, não um novo   status aqui neste mundo. Tanto o patrão crente, quanto o empregado crente têm que procurar servir e agradar a Deus, e juntos devem trabalhar para a glória de Deus. 
Quais são as responsabilidades que os patrões ou chefes crentes têm para com seus empregados? Sempre procurar o bem-estar deles “de igual modo procedei para com eles”. Se um patrão ou chefe quer que seus empregados deem o melhor para ele, então “de igual modo” deve dar o melhor para eles. O patrão crente deve servir ao Senhor de coração se quiser que seus empregados façam o mesmo.
Um bom exemplo é o de Boaz. Ele saudava seus empregados dizendo: “O Senhor seja convosco” e eles respondiam “O Senhor te abençoe!” (Rt 2.4). Boaz era sensível as necessidades de seus empregados e generoso para com os estrangeiros, como foi no caso de Rute. O relacionamento dele com seus empregados era de mutuo respeito e desejo de agradar ao Senhor. É um péssimo testemunho quando um empregado diz: “Se não me tivessem falado que meu patrão era crente eu nunca saberia”.
O fruto do Espírito é amor, e o amor é o melhor testemunho para ambos os lados por isso enchei-vos do Espírito Santo.

3 comentários:

  1. gostei desse texto, maravilhoso! serviu de grande intendimento para o meu dia a dia.
    obrigado!

    filipe veiga

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  2. Filipe Veiga, damos graças a Deus por isso. A Palavra de Deus sempre é útil para o nosso dia a dia. Que Deus o abençoe.

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  3. Nota 10 parabens ..quanta sabedoria que DEUS te ajude...

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