O tempo é necessário o tempo todo! Parece uma redundância? Mas não é! O tempo é essencial a todos os instantes e aspectos de nossas
vidas. Muitas áreas são afetadas pelo tempo. A diferença entre uma piada
engraçada e uma sem graça é o senso de tempo do contador. O tempo é fundamental
para se lidar com pessoas. Ninguém pede um aumento de salário no tempo em que sua
empresa está à beira da falência. Ninguém pede um favor a alguém que está
estressado ou irado no momento. Um hambúrguer pode ser um monte de carne crua, se ficar pouco
tempo na chapa, ou se tornar carvão se ficar tempo demais. Se você
detectar um problema de saúde logo no início, você terá tempo para um tratamento mais eficaz. O tempo é importante
nas finanças. Quando você investe na bolsa, por exemplo, a hora certa de vender faz toda
diferença. Saber quando obter ou não um empréstimo é o segredo para a independência
financeira. O tempo é importante em sua vida espiritual também. É fundamental, para um
viver digno, saber qual é o tempo de Deus para sua vida.
Em Eclesiastes 3.1-15, diz que a vida é uma
questão de tempo. E nós sabemos que isso é verdade. Tempo é tudo para nós, seres limitados pelo tempo. Se o tempo é
tudo, como devemos viver enquanto os ponteiros do relógio não param? Nos quinze versículos do capítulo 3 de Eclesiastes, descobriremos quatro
exortações de como viver de maneira a aproveitar o tempo de que dispomos, e que é renovado a cada manhã.
Nesta primeira seção de Eclesiastes 3, os primeiros 8 versículos apresentam argumentos persuasivos
quanto a brevidade da vida. Como é de costume, o
eclesiastes começa esta seção apresentando sua tese (v. 1). E, do
versículo 2 ao 8 ele procura ilustrar e demonstrar
a sua tese. A tese é a seguinte: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há um
tempo para todo propósito debaixo
do céu” (v. 1).
Depois de declarar sua
tese, ele dá início a um belo poema a respeito do tempo (vs. 2-8). Nestes
sete versículos, encontramos 28 declarações, das quais catorze são negativas,
e catorze são positivas. Ele usa
pares de contrastes para estabelecer a totalidade. Em vários lugares na Bíblia
encontramos esse tipo de linguagem, “nenhum homem, nem mulher” (Êx 36.6)
para referir-se a “todos”, ou, “o mar e a terra” (Jn 1.9) para dizer “em
todos os lugares”. O primeiro par de
contrastes a se notar é o de nascimento e morte, o qual define os parâmetros para os eventos que se seguem. No verso 2,
lemos: “Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo para plantar e
tempo de arrancar o que se plantou”. Deus determina o dia do aniversário e o dia do
funeral. Ele sabe exatamente quando
vai acontecer. Não há absolutamente nada que pegue Deus
de surpresa. Ele é o Soberano Deus e não há nada nem ninguém que possa tirar a vida de um
ser antes do tempo dEle.
O versículo 2 certamente começa com uma ênfase na soberania de Deus quanto ao tempo, no
entanto, parece mais estar reforçando a ideia de que "o tempo é curto!".
Na verdade, o tempo está quase se esgotando.
Nascemos neste mundo, e corremos depressa
para a sepultura. A cada oito segundos morre uma pessoa e a cada três segundos alguém nasce. A vida até parece uma porta giratória. E o mesmo é verdade no mundo das plantas. As várias estações de plantio e colheita foram estabelecidos por Deus. Ele define
os limites de tempo das estações e elas vêm e vão rapidamente.
E, assim, convém que
aproveitemos o tempo que temos da melhor maneira possível, pois a
vida humana é breve, transitória, como disse o apóstolo Paulo, em
1 Coríntios 7.29b: “... o tempo se abrevia...”; e também
Tiago: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa
vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se
dissipa” (Tiago 4.14). A vida é como uma nuvem de fumaça ou
como a respiração humana que aparece por um instante com o ar frio,
mas desaparece no mesmo instante.
Os próximos dois conjuntos apresentam atividades destrutivas e construtivas: matar e curar, derribar e
edificar. No versículo 3 diz assim: “tempo
de matar e tempo de curar;
tempo de derribar e tempo de edificar” “Matar” aqui não é cometer assassinato.
O hebraico tem uma palavra específica para o assassinato que é claramente vista nos Dez Mandamentos: “Não matarás”. Aqui, “matar” envolve
a pena de morte ou a destruição de
inimigos em uma guerra. Felizmente, também há um tempo “para curar”, ou, literalmente,
para “costurar”, ou seja, “costurar as feridas”. Existe também um tempo “para derribar” paredes
velhas, barreiras nos relacionamentos, ou até mesmo,
metaforicamente, nações (Jr 18.7,
9), assim como também há um tempo para “edificar”.
No Antigo Testamento, as palavras para derrubar e construir também são muitas vezes utilizadas com referência à
destruição e edificação de uma vida humana.
Em Eclesiastes 3.5
encontramos um par de contrastes um tanto estranho: “tempo para espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar”. A frase “espalhar pedras” é uma referência à
relação sexual, enquanto a frase “ajuntar
pedras” significa abster-se de sexo.
No Antigo Testamento, a abstinência de
relações sexuais ocorria em
tempos de luto. Correspondente a
este significado é a menção
do abraço, que é usado como uma
expressão atenuada para a mesma
coisa. Esta interpretação é por causa do paralelismo entre todas as linhas do poema. E pode ser dito
que, com relação a esta área, o tempo também é
tudo.
Os próximos dois pares, no verso 6),
lidam com a natureza dos bens. “tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora”. Esta é uma verdade que todos
nós temos que colocar em prática. Há um tempo para
guardar, "acumular", e há tempo para "fazer um limpa" na casa!
Temos a tendência de juntar “tranqueiras” num quarto de despejo, e não passamos para outros aquilo que não utilizamos mais. Somos muito apegados às coisas deste mundo. O pensamento aqui lida com a natureza fugaz e
passageira dos nossos bens.
O próximo par (v. 7) parece sugerir um momento de luto e um tempo para deixar
o luto: “tempo de rasgar e tempo de coser;
tempo de estar calado e tempo de falar”. No Antigo Testamento,
quando as pessoas lamentavam a morte de
um ente querido elas rasgavam suas
roupas e se mantinham em silêncio. Foi o que Jacó
fez quando lhe deram a notícia de que José havia morrido (Gn 37.34). Quando o
período de luto terminava, as conversas comuns do dia-a-dia poderiam continuar.
Isso nos lembra de que há momentos
adequados e inadequados para falar.
Alguém disse muito bem: "Em silêncio, o homem pode mais facilmente preservar sua integridade". Como
crentes, precisamos ser sábios no uso de nossa língua. É muito fácil falar coisas sem
utilidade, mas, devemos nos lembrar do fato de que um dia prestaremos contas ao Senhor até por nossas palavras frívolas.
As linhas finais deste poema sobre o tempo ocorrem no verso 8. Os pares mencionados têm a ver com os afetos e as suas consequências: “tempo de amar e
tempo de aborrecer; tempo de guerrear e tempo de
paz”. À primeira vista, este
versículo é difícil de se entender. Todos
nós sabemos que há um tempo para
amar. Todos nós devemos desenvolver o amor. Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns
aos outros; assim como eu vos amei, que também vós ameis uns aos outros. Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13.34-35). Mas lemos que também "há tempo de aborrecer", em que está implícito que também há um tempo para odiar. O próprio Jesus odiava. Ele odiava o
pecado. Ele odiava a hipocrisia dos
fariseus. Nós precisamos aprender
a odiar o que é mau sem odiar as pessoas que estão no mal. Podemos odiar
o ato do aborto, mas ter
compaixão de quem praticou aborto.
Podemos odiar os
estragos do álcool, mas amar
aqueles que lutam contra o alcoolismo,
e fazer o que pudermos para ajudá-los.
O poema é, então, concluído de forma positiva, e o interessante é que somente no final o autor inverte a ordem dos pares - parece que ele quis começar bem e terminar bem. Assim, ele conclui falando do
tempo de paz. Não importa o quanto almejemos a paz, pois não haverá paz até que
o Príncipe da Paz traga a paz a este mundo. E, ironicamente, quando Jesus
trouxer a paz será após um banho de sangue que é descrito em Apocalipse
19.11-21. Somente naquele tempo é que haverá a paz verdadeira que o mundo tanto busca.
Temos que refletir quanto ao uso do nosso tempo.
Quanto tempo você gasta em oração e na leitura, memorização e meditação da Palavra? Quanto tempo você
gasta para falar bem dos outros? Quanto tempo você gasta falando de Jesus aos
perdidos? O tempo que temos neste mundo é muito curto, COMO vamos gastá-lo
daqui para frente?
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