05 dezembro 2011

Eclesiastes 1.12-18 - A Ilusão do Conhecimento



O eclesiates buscava o conhecimento mais do que qualquer outra pessoa, mas não encontrava satisfação duradoura no conhecimento, pois o mundo continuava cheio de problemas que não podiam ser resolvidos.
        Se buscarmos a sabedoria e o conhecimento como o eclesiastes buscou, chegaremos as mesmas conclusões que ele chegou.
         Há basicamente 3 perspectivas em relação a vida:
A perspectiva do jovem – O jovem vê a vida do começo para o final. É idealista, sonhador. Se a vida fosse um quebra-cabeça, ele acabou de sair da caixa. Há muito trabalho a ser feito, peças desconhecidas, figura desconhecida e um desejo de montar achando que será uma tarefa fácil.
A perspectiva do adulto – está no meio termo da vida. É um tempo de avaliação do que já foi feito e planejamento dos próximos passos. No quebra-cabeça da vida ele compreende que o trabalho não era tão simples como ele imaginava. Experimentou decepções, perdas, algumas peças não se encaixam, mas, para alguns, uma boa parte já foi montada e há certo grau de orgulho nisso, para outros, nem tanto.
A perspectiva do idoso – vê a vida de trás para frente. É mais realista do que idealista. Em seus conselhos, às vezes notamos um certo tom negativo. No quebra-cabeça da vida há mais peças montadas do que peças soltas. E é exatamente este o tom de Eclesiastes.
O livro parece pessimista, mas não o é. Ele é realista quanto às crises que todos nós enfrentamos na busca de dar sentido e significado a vida. E com esta intenção, o autor quer provar a inutilidade do conhecimento na tentativa de produzir satisfação e sentido ao enigma da vida. Alguns sentimentos se tornam evidentes nesta busca do conhecimento, que são os sentimentos de inutilidade e tristeza. “Eu, o Pregador, venho sendo rei de Israel, em Jerusalém. Apliquei o coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; este enfadonho trabalho impôs Deus aos filhos dos homens, para nele os afligir” (Ec 1.12-13).
A rotina da vida é enfadonha (v. 13). O Eclesiastes está dizendo: “A resposta não está em ter tudo e saber tudo. Não siga este caminho!” Este é o drama da sociedade pós-moderna! Já fomos a lua, já desvendamos o universo através da lente dos nossos super-telescópios, já decodificamos o código genético, já dominamos os processos naturais, já experimentamos todos os tipos de prazeres. E a pergunta é: “O que vem depois?” Somos uma geração enfadada com a vida. Por essa razão que muitos entram nas drogas, nos vícios, nos esportes radicais para conseguir uma gana pela vida. A depressão pós-moderna é fruto deste enfado.
A vida também é uma aflição (v. 13). Nossa geração é uma geração aflita e angustiada porque vive trabalhando para alcançar a satisfação de todos os desejos da alma, e, não consegue. Nossa geração colocou no consumo a resposta do segredo da vida. Abraçamos a ideia de que sucesso é ter dinheiro, uma casa maior, um carro melhor, enfim ter mais e mais. Essa busca por satisfação trás muita aflição.
Lucas 12:15  Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. Mais uma vez isso só traz aflição.
A expressão “correr atrás do vento” é uma referência à futilidade dos seres humanos sem o propósito maior de glorificar a Deus com suas atividades. Correr atrás do vento é o mesmo que dizer que ninguém pode tomar posse da plena satisfação sem Deus.

Sentimento de Inutilidade. “Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento. Aquilo que é torto não se pode endireitar; e o que falta não se pode calcular.”(Ec. 1.14-15).
Salomão percebeu que está corrida maluca para encontrar significado nesta existência gera um sentimento de inutilidade. “Eu me esforcei tanto e não mudei nada! O que é torto continua torto! Nestes 60 anos de vida, no que foi que eu contribui?” Ainda há corrupção, injustiças, guerras, desigualdades. O homem avançou tanto, mas o torto continua torto. A intensa investigação do autor o forçou a descobrir e perceber que a vida está cheia de anomalias que não podem ser solucionadas. E também está vazia daquilo que poderia ter significado e valor real.

Sentimento de Profunda Tristeza – “Disse comigo: eis que me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que antes de mim existiram em Jerusalém; com efeito, o meu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento. Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás do vento. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza” (Ec 1.16-18).
 O que Salomão quer dizer aqui é: “Quanto mais eu mergulhei no conhecimento, mais eu me endureci. Eu me tornei cético e cínico. Eu vi coisas, experimentei coisas, ouvi coisas que tiraram a minha inocência”. Nossa sociedade é cética e cínica. Estamos endurecidos pelo conhecimento e pelas experiências da vida. Por isso que as crianças são mais felizes do que os adultos. Porque lidam com a realidade sem o fermento do saber. Não sabem se são pobres, ricos, bonitos, não sabem fazer distinções por isso não sofrem com o enigma da vida.
A tristeza e a depressão desta geração estão no fato de termos dificuldade de nos relacionarmos. Temos medo. Medo dos relacionamentos, medo da igreja, medo de investir e nos decepcionarmos. Tudo isso trás profunda tristeza.
     Além da busca do significado da vida comprovar-se frustrante e o seu alvo inatingível, também produz sofrimento mental e espiritual. Parece não haver um padrão de vida consistente sobre o qual se possa basear a conduta. Mas Jesus é a nossa esperança: “Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.13-14). Jesus é o único que pode nos satisfazer. Não as coisas deste mundo

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